sábado, 16 de abril de 2016

O SEMEADOR




Autora: Eliúde Marques
Do livro Primícias do meu Jardim

GRUPO DE SEIS JOVENS
(Poderão trajar vestes de camponês e trazerem na mão instrumento agrícola, Bíblia etc.)

UM JOVEM - responsável pelo campo

CENÁRIO - campestre

Canta-se ocultamente o hino:

O SEMEADOR E O CEIFEIRO
Versão: Doris Lemos
Canta: Oséias de Paula
Semeei a semente sim, na primavera,
Reguei-a com lágrimas, choros e dor,
Mas outro, talvez, ceifará o meu trigo
Com gozo trazendo ao Senhor.

CORO

Vez, após vezes, a minh'alma sente
angústias e choro do semeador.
Mas o que semeia, tanto como o que ceifa
Terão recompensa das mãos do Senhor!

(No coro, o responsável pelo campo entra em cena trazendo em mãos vários folhetos bíblicos ou mesmo uma peneira com várias sementes e fala):

Senhor,
Tu me disseste que era necessário
levar bem longe nos rincões profundos
estas sementes cujo itinerário,
ainda são recantos deste mundo.
Recantos cheios de incredulidade,
talvez mais forte nos altos sertões.
Cidades de maior perversidade,
que também chegue ali o teu perdão.
Mas por ser tanta a semente que tenho,
para levar com urgência e vontade,
a tua sabedoria pedir venho,
pois chamarei a tua mocidade.
Os moços fortes que tens preparado
para que sirvam na tua seara,
aqueles que com amor Tu tens chamado
e para a luta nos campos preparas.

(Fala em direção ao grupo que se aproxima):

Vem, ó jardim florido do Senhor,
pois a seara já bem branca está,
eis que as sementes chamam ao labor,
em novo campo o bem florescerá.

(Música. Entram agora os 6 jovens e recebem das mãos do responsável pelo campo, um punhado de folhetos ou as sementes e vão passando, formando uma fileira, depois um após outro, fala a sua parte)

1ª) Eu levarei esta semente santa
pela cidade em casas e barracos,
que tantos salva e coxo, sim, levanta
e é alento para o triste e fraco.
Um bom punhado, vê, irei levando
para espalhar na terra dos perdidos
e cada dia sempre semeando,
um dia trarei fruto amadurecido.
Fruto do amor, do bem, da santidade,
por semear esta semente agora,
que foi plantada ao cair da tarde
e florescerá no despontar da aurora.

2ª) Eu levarei além pelas montanhas,
pelos valados cheios de perigo
e trarei salvas muitas almas ganhas
porque Jesus é quem irá comigo.
Lá bem distante onde o pecado impera,
fazendo escravas tantas almas vis,
estas sementes farão primavera
e assim fazendo serei bem feliz,
por ter cumprido de Jesus a ordem,
que nos alerta assim constantemente:
- leva a mensagem, a semente planta,
toma o arado, a água e a semente.
Porque a terra espera o teu cuidado
de a plantinha sempre cultivar,
não é somente vê-la ter brotado
mas pelo crescimento trabalhar.

3ª) Eu levarei pelo deserto errante,
onde o gemido é difícil se ouvir,
pois meu Jesus me diz que lá eu plante
as novas do Evangelho e do porvir.
A cada um Deus manda em cada canto
porque é vasto o campo e perto está
de aqui cessar toda amargura e pranto,
porque Jesus a igreja levará.
E muitos têm no coração contrito
que ainda existe um meio de perdão
e quem irmãos, quem levará o grito,
que Cristo dá de graça a salvação?

4ª) (Entra com a Bíblia)
Minha missão é pregar ao fidalgo,
por isso irei bater em sua porta,
levando esta Palavra da verdade
que a rico e pobre o coração conforta.
Talvez haja uma terra preparada
para a bendita semente receber,
se não houver irei levando a espada
pra contra os vis espinhos combater.
São corações denominados sábios,
mas que do céu em nada buscam crer;
almas descrentes, cheias de ressábios,
atormentadas por riquezas ter.
E a mim que Cristo me incumbiu assim,
não posso de outro modo semear,
farei deste deserto um bom jardim
pois plantarei e sempre irei regar.

5ª) Eu levarei pelos longos sertões
onde a tremenda seca faz brotar
a amargura nos pobres corações
fazendo o sertanejo até chorar,
pela miséria de ver o seu roçado
morrer sem vida pela seca enorme,
enquanto alguns blasfemam já, coitados,
sem saber que há um Deus que nunca dorme.
Por isso, enfrentarei com ousadia
os sertões bravos desse meu País
e semeando sempre com alegria,
tenho certeza de que serei feliz.
Se hoje planto e ainda não nasceu,
por certo a terra está endurecida,
mas vindo o Regador, que é nosso Deus,
porá no coração a Água da Vida.
E essa água que mana da fonte,
torrente excelsa que jorra da cruz,
mostra ao caído o límpido horizonte,
Seu nome é santo, chama-se Jesus.

6ª) Ah! Lembrei-me ainda do silvícola,
perdido assim sem civilização,
vivendo sempre sua vida agrícola,
porém sem fé, sem Deus e sem perdão.
Eu me encarrego de ir pelo Amazonas
apregoar a semente espinhosa,
de taba em taba, de zonas em zonas,
nada me importa, a senda é gloriosa.
Sei que há muito perigo a enfrentar
nos pantanais distantes do País,
mas meu Jesus na selva manda entrar,
pois, muita gente anseia ser feliz.
E os índios vivem na superstição
de venerar a lua e adorar o sol,
se encaminhando assim à perdição,
todos prostrados no lindo arrebol.

MÚSICA SUAVE

(Uma por uma declama as estrofes a seguir):

1ª) Toma Jesus, a minha mão fraquinha,
para levar na selva ou na cidade,
engrandecendo a tua santa vinha,
sendo um exemplo em minha mocidade.

2ª) Por isso eu levarei pelos valados
esta semente cheia de bondade,
e lhes darei meu zelo e meu cuidado,
fazendo o bem na minha mocidade.

3ª) Por isso irei pelo deserto errante,
levando esta semente da verdade
e assim fazendo irei seguindo avante,
servindo a Cristo em minha mocidade.

4ª) E é por isso que sempre contente
obedecendo sempre em santidade
levo ao fidalgo, ao rico esta semente,
sendo fiel em minha mocidade.

5ª) Irei pelos sertões, bravos sertões,
descortinando o véu da caridade,
levando esta semente aos corações,
com muito amor na minha mocidade.

6ª) Por isso pelas selvas andarei
civilizando os índios com a verdade.
Perante a luta não vacilarei,
sou varonil na minha mocidade.

(Erguendo as mãos falam todas):

Toma, Jesus, as nossas mãos amigas,
para levar na selva ou na cidade,
estas sementes sem temer fadigas,
servindo a Ti em nossa mocidade.
Cantam a última estrofe e o coro do hino O Semeador e o Ceifeiro e saem.

O ceifeiro recolhe com gozo os frutos,
Nem sempre sabendo a dor que custou
Para quem trabalhou tanto com sol ou chuva
E com paciência a semente plantou.

CORO

Vez, após vezes, a minh’alma sente
Angústias e choro do semeador,
Mas o que semeia, tanto como o que ceifa
Terão recompensa das mãos do Senhor!

REFERÊNCIA:
REACHERS, Sammins; PIRES, Vilma Aparecida de Oliveira. Teatro Missionário: Peças teatrais e jograis sobre Missões e Evangelização para Igrejas evangélicas. Versão Gratuita em PDF, 2013
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