No silêncio da noite enluarada
E estrelada,
Uma voz doce e meiga enchia os ares,
A convidar as almas aos cismares
Pela estrada.
A lua envolta em manto triste e baço
Um pedaço
Do véu que envolve os pobres “in extremis”
– Era um despetalar de rosas cremes,
Pelo espaço.
E esta voz toda feita de doçuras,
De branduras,
Assim dizia nos encantos seus:
“Pastores de Belém dai glória a Deus,
Nas alturas.”
Pois hoje vos nasceu o Salvador,
O Senhor,
Que há-de levar o povo de Israel,
Para a terra que mana leite e mel,
Bem e amor.”
“Ide a Belém humilde procurá-lo,
Contemplá-lo
No berço pobre de uma estrebaria;
Ide ante a luz dos olhos de Maria
Adorá-lo.”
Ouvida, então, a nova angelical,
Celestial,
Rumaram todos eles a Belém,
Afim de contemplar o Sumo Bem
Divinal.
A lua envolta em manto triste e baço
Um pedaço
Do véu que envolve os pobres “in extremis”
– Era um despetalar de rosas cremes
Pelo espaço.
Luar mimoso, estrela cintilante,
De diamante,
Luzi no céu e iluminai a estrada,
Que leva os homens a Belém situada
Lá distante.
Do livro O Natal de Cristo – Coletânea (1950)
Nenhum comentário:
Postar um comentário