terça-feira, 1 de novembro de 2016

ANTE OS ASTROS

Autor: Gilberto Maia

No silêncio da noite enluarada 

E estrelada, 
Uma voz doce e meiga enchia os ares, 
A convidar as almas aos cismares 
Pela estrada.

A lua envolta em manto triste e baço 

Um pedaço 
Do véu que envolve os pobres “in extremis” 
– Era um despetalar de rosas cremes, 
Pelo espaço.

E esta voz toda feita de doçuras, 

De branduras, 
Assim dizia nos encantos seus: 
“Pastores de Belém dai glória a Deus, 
Nas alturas.”

Pois hoje vos nasceu o Salvador, 

O Senhor, 
Que há-de levar o povo de Israel, 
Para a terra que mana leite e mel, 
Bem e amor.”

“Ide a Belém humilde procurá-lo, 

Contemplá-lo 
No berço pobre de uma estrebaria; 
Ide ante a luz dos olhos de Maria 
Adorá-lo.”

Ouvida, então, a nova angelical, 

Celestial, 
Rumaram todos eles a Belém, 
Afim de contemplar o Sumo Bem 
Divinal.

A lua envolta em manto triste e baço 

Um pedaço 
Do véu que envolve os pobres “in extremis” 
– Era um despetalar de rosas cremes 
Pelo espaço.

Luar mimoso, estrela cintilante, 

De diamante, 
Luzi no céu e iluminai a estrada, 
Que leva os homens a Belém situada 
Lá distante.

Do livro O Natal de Cristo – Coletânea (1950)



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